Nesse capítulo do livro, a autora Cancionila Janzkovski Cardoso procura discutir a oralidade e a escrita como uma díade complementar para interpretar e analisar o processo que vivencia a criança quando, imersa no mundo da oralidade, é introduzida, pela escola, ao mundo da escrita.
Falar é uma habilidade adquirida antes de escrever. A linguagem oral é adquirida pela criança à medida que é envolvida em contextos comunicativos, nos quais a linguagem é sempre significativa para ela.
Se, por um lado, a criança adquire a linguagem oral de forma “natural”, o mesmo não se tem dito sobre linguagem escrita. A aprendizagem desta, normalmente, tem sido vinculada à escolarização da criança.
Por outro lado, não se pode negar que a criança adquire a linguagem oral de forma não sistemática. No entanto, há que se considerar que, apesar da forma predominantemente “natural” da aquisição da linguagem oral, existem circunstâncias em que a criança pode refletir sobre a linguagem como por exemplo quando alguém a corrige. Por outro lado, para a linguagem escrita, predomina a aprendizagem sistemática, o que não impede que a criança, enquanto sujeito ativo na construção do seu conhecimento, vá incorporando elementos do seu ambiente sociocultural e, assim aprenda certas características da escrita, sem um método sistemático e sem que alguém lhe ensine.
Adotando esse enfoque, a perspectiva sócio genética mostra que, ao contrário do que se pensa,a escrita, como a linguagem oral, é também uma aprendizagem cultural, que se inicia bem antes de a criança começar a freqüentar o ensino formal.
Embora o apoio na fala enquanto sistema de signos constitua elemento primordial para a aprendizagem da escrita, é necessário que a criança perceba as diferenças entre essas duas modalidades e avance no conhecimento de que a estrutura e o funcionamento da fala são distintos da estrutura e do funcionamento da escrita. Entretanto, os aspectos situacionais e contextuais da fala tem seus efeitos sobre a mesma e, consequentemente, é possível supor algumas implicações da organização da fala na escrita inicial da criança.
A discussão das similaridades é diferenças entre a fala e a escrita avançará à medida que a sua analise, superando o caráter descritivo das bipolarizações estáticas, consiga examinar concretamente os processos epilinguístico utilizados pela criança nas mudanças das estruturas orais para as escritas. Esse exame inclui a reorganização de noções lingüística, nem sempre consciente que se transformam, gradativamente, em processos sistemáticos e conscientes.
O estudo da gênese e do uso dos signos pela criança mostra claramente como a fala predomina e modela a vida interior, influenciando toda a dimensão simbólica do ser humano. Por tanto, a aprendizagem da escrita se faz relacionando-se com a fala. Essa relação envolve os níveis cognitivos, linguístico, sócio-linguístico e pragmático-discursivo.
Diante das discussões com relação à linguagem oral e a escrita fica a pergunta: Como e o que captar no processo de transição da oralidade para a escrita, quando a criança em fase de alfabetização está lidando, ao mesmo tempo, com estratégias orais e escritas, com os usos e funções das duas modalidades em seu grupo social, mas não apresenta, ainda, formas maduras ou estáveis de escrita?
CARDOSO, Cancionila Janzkovski. Linguagem oral e linguagem escrita: Processos dinâmicos de mútua influência. Da oralidade à escrita: A produção do texto narrativo no contexto escolar. Cuiabá: EdUFMT, 2000. p. 131 - 202
Falar é uma habilidade adquirida antes de escrever. A linguagem oral é adquirida pela criança à medida que é envolvida em contextos comunicativos, nos quais a linguagem é sempre significativa para ela.
Se, por um lado, a criança adquire a linguagem oral de forma “natural”, o mesmo não se tem dito sobre linguagem escrita. A aprendizagem desta, normalmente, tem sido vinculada à escolarização da criança.
Por outro lado, não se pode negar que a criança adquire a linguagem oral de forma não sistemática. No entanto, há que se considerar que, apesar da forma predominantemente “natural” da aquisição da linguagem oral, existem circunstâncias em que a criança pode refletir sobre a linguagem como por exemplo quando alguém a corrige. Por outro lado, para a linguagem escrita, predomina a aprendizagem sistemática, o que não impede que a criança, enquanto sujeito ativo na construção do seu conhecimento, vá incorporando elementos do seu ambiente sociocultural e, assim aprenda certas características da escrita, sem um método sistemático e sem que alguém lhe ensine.
Adotando esse enfoque, a perspectiva sócio genética mostra que, ao contrário do que se pensa,a escrita, como a linguagem oral, é também uma aprendizagem cultural, que se inicia bem antes de a criança começar a freqüentar o ensino formal.
Embora o apoio na fala enquanto sistema de signos constitua elemento primordial para a aprendizagem da escrita, é necessário que a criança perceba as diferenças entre essas duas modalidades e avance no conhecimento de que a estrutura e o funcionamento da fala são distintos da estrutura e do funcionamento da escrita. Entretanto, os aspectos situacionais e contextuais da fala tem seus efeitos sobre a mesma e, consequentemente, é possível supor algumas implicações da organização da fala na escrita inicial da criança.
A discussão das similaridades é diferenças entre a fala e a escrita avançará à medida que a sua analise, superando o caráter descritivo das bipolarizações estáticas, consiga examinar concretamente os processos epilinguístico utilizados pela criança nas mudanças das estruturas orais para as escritas. Esse exame inclui a reorganização de noções lingüística, nem sempre consciente que se transformam, gradativamente, em processos sistemáticos e conscientes.
O estudo da gênese e do uso dos signos pela criança mostra claramente como a fala predomina e modela a vida interior, influenciando toda a dimensão simbólica do ser humano. Por tanto, a aprendizagem da escrita se faz relacionando-se com a fala. Essa relação envolve os níveis cognitivos, linguístico, sócio-linguístico e pragmático-discursivo.
Diante das discussões com relação à linguagem oral e a escrita fica a pergunta: Como e o que captar no processo de transição da oralidade para a escrita, quando a criança em fase de alfabetização está lidando, ao mesmo tempo, com estratégias orais e escritas, com os usos e funções das duas modalidades em seu grupo social, mas não apresenta, ainda, formas maduras ou estáveis de escrita?
CARDOSO, Cancionila Janzkovski. Linguagem oral e linguagem escrita: Processos dinâmicos de mútua influência. Da oralidade à escrita: A produção do texto narrativo no contexto escolar. Cuiabá: EdUFMT, 2000. p. 131 - 202
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